Diga-me... Quem ouvirá o choro do esquecido?
Quem irá buscá-lo quando estiver perdido?
Irão confortá-lo quando se sentir oco?
Depois de tudo resta apenas um vazio
O vazio; um deserto extremamente sombrio
Por onde nenhum homem ousa passar.
E a voz sufocada almeja gritar; mas não pode, não consegue
Porque arrancaram-lhe o fôlego.
Como uma carcaça fria largada no chão,
Cujo prisioneiro é a sua própria prisão.
Um incêndio que consome toda a plantação,
Derruba as cidades, invade os castelos, destrói os bosques e os rios.
Flagelando o heróico habitante solitário
Assassinando-o devagar: uma morte a longo prazo.
“Basta!”
Certamente não.
Aqueles olhos se não satisfazem.
“Acorde, por favor! Deixe-me entrar!”
Estou sujo de lama!
Meu entendimento não consegue processar estes episódios brutais.
Mas ainda assim, eu sinto minha pele impregnada por este lodo.
Vejo o sol nascendo, cada vez mais distante de mim...
Eu queria alcançá-lo e ir embora daqui!
E os meus sonhos? Foram tragados pela minha dor!
Toda a beleza deste mundo me abandonou
Apenas as trevas me perseguem, rindo-se.
Só não me olhe com nojo
Pois nem lhe é necessário. Eu mesmo já o sinto!
Se existe pena em seu coração, dissimule para que eu não perceba.
E se sou apenas um estorvo atrapalhando a sua rotina,
Um problemático obstáculo anti-social,
Ao menos, dê-me uma das suaves ilusões desta terra.
Dessas que os negociantes de vidas repassam nos becos.
Eu entoarei minhas canções, dançarei ao som das minhas melodias!
Por um momento,
Serei um pássaro no meu próprio mundo
E depois partirei.
Perceberiam a minha ausência? Sentiriam a minha falta?
Talvez tenha esperado demasiadamente,
Outro engano.
Mais um dia...
Ouço aqueles passos que me espreitam
Escuto aquela voz que me chama...
Barbara Olívia
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“Abre a tua boca a favor do mudo,pelo direito de todos
os que se acham em desolação.”
Provérbios 31:8
____“Abre a tua boca a favor do mudo,pelo direito de todos
os que se acham em desolação.”
Provérbios 31:8
B.O.
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